27 de junho de 2011

Abraço


Todo dia a rotina vem até nós sem pedir licença e nos acorrenta. Ficamos presos a hábitos, compromissos, obrigações e números. Como é de se odiar os números!
Olhar a hora a todo momento cansa tanto quanto calcular os preços das contas e o dinheiro da carteira. Somar, subtrair, dividir, equacionar códigos que ditam nossa vida a todo instante.
Seria ótimo um dia sem se preocupar com a hora, com o dinheiro, com os números, com as senhas, com os códigos, com os incontáveis algarismos que dizem quem somos. Somos reduzidos a números, infelizmente.
Nesse dia a dia louco em que sons poluem nossos desgastados ouvidos, nosso pulmão recebe doses violentas de carbono e assistimos a um vai e vem frenético de pessoas desconhecidas.
Nos envolvemos tanto no ritmo desse mundo cada dia mais louco que esquecemo-nos dentro de nós mesmos.
Mas é preciso resgatar esse ser perdido. Resgatá-lo onde o tortuoso caminho da burocracia impede o homem de chegar: o coração.
Como está difícil ouvir o coração. Sequer a razão ouvimos. Somos adestrados para agir segundo a correnteza.
Diante de tudo isso é que surge um elemento fundamental nesse jogo inigualável de brincar de ser gente: o abraço.
Como é bom abraçar. É impressionante como um bom abraço desafoga você de si mesmo e lhe traz conforto. É impressionante como a sutileza desse gesto desbrava muros impenetráveis.
Chamam de utopia, alienação, bobagem. Abraço para mim é outra coisa. Abraço para mim é gesto de humanidade. É demonstração de afeto num mundo de desafetos e razões. É teoria que não se explica, mas que responde.
Abraço aperta, abraço afaga, abraço esquenta. Abraço de quem amamos nos faz mais felizes, nos revigora.
Abraço é mais que contato físico. É também símbolo de carinho. É sentido figurado e sentido do tato.
Abraço é gesto que faz você perceber que tudo pode ser sem sentido até que alguém abra os braços em sua direção e, aí, a vida passa a valer a pena...
Abrace, seja mais feliz.