As tardes com Chaves, Didi, Dedé, Mussum, Zacarias e Professor Raimundo nunca mais voltarão. Ficaram lá atrás com a infância. No tempo em que rir era prática oriunda de um humor sem preconceitos e sem apelações. Um humor que unia a minha inocente infância com a companhia do meu bom e velho avô.
Meu avô e companheiro de risada está num outro lugar. Imagino que ele esteja curtindo a delirante alegria de Zacarias e Mussum, dois trapalhões do céu. E hoje, enquanto eu me entristeço com a perda do querido Professor Raimundo, ele deve estar comprando ingressos para o maior show de humor do paraíso.
Chico Anysio não se vai sozinho. Com ele vão mais de 200 personagens inesquecíveis. Vai o sábio Professor Raimundo, a sempre ácida Salomé de Passo Fundo, o egocêntrico Alberto Roberto e tantos outros. Ele se vai para continuar alegrando aqueles que lá no céu aguardavam ansiosos pela sua chegada. Seu show vai continuar.
Enquanto isso, ficamos aqui sorrindo e chorando. Sorrindo quando desejamos voltar à infância e chorando quando nos descobrimos adultos modelados e fabricados. Ficamos sem um pouco de poesia, mas com uma lição a seguir.
O querido Chico é imortal. Mesmo que os arquivos se queimem, as fitas sejam destruídas e todos arquivos deletados, ficará na memória a exuberância de uma mente brilhante. Uma mente que trabalhou incansável para uma única e nobre missão: fazer rir.
Que meu querido vovô guarde uma cadeira para o dia em que nesse plano privilegiado eu possa chegar e rir de novo da magia chamada humor.
Enquanto isso ficamos na saudade e aproveitando os gênios que ainda nos restam...
Vinícius Borges Gomes