8 de setembro de 2011

A Hora e a vez da mulher



           O percurso da história revelou faces de muitas mulheres consideradas ícones e exemplos de luta, força e conquistas. Não é difícil listar a grandeza de Olga Benário, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Madre Teresa de Calcutá, Maria mãe de Jesus e tantas outras. É fato também que o reconhecimento ao caminho de luta e resistência das mulheres fica, por vezes, escondido em uma cultura machista e patriarcal.
            Rememorar mulheres que se tornaram ícones é importante, mas pode ser um exercício perigoso. O grande esforço que o século XXI pede é o de valorizar a mulher em sua integridade. Desde aquela dona de casa que ainda sofre as marcas da dominação até aquelas que lutam por um lugar digno no mercado de emprego. Força-nos a lembrar das guerreiras que sofrem agressões e se calam por amor aos filhos e a família. Faz-nos lembrar ainda daquelas que do alto de sua importância lutam para mostrar que não existe sexo frágil e sim que todos são iguais e podem exercer as mais diferentes funções.
Cartaz oficial do DNJ 2011
            A mulher foi vítima de dominação em toda a história. Diversas sociedades e culturas desenvolveram sistemas sociais patriarcais, colocando a mulher em posição inferior ao homem. Ela quase nunca teve poder de decisão, vide as recentes datas em que o voto feminino foi liberado. No caso do Brasil essa dominação é muito bem delineada na obra do sociólogo Gilberto Freyre, que analisa a postura sempre dominante do homem sobre a mulher e em como ela irá desenvolver métodos de resistência e sobrevivência a essa dominação. A violência sempre foi presente, seja a física, a emocional e a sexual.
            O movimento feminista nasce ainda no século XIX e tem um grande auge na onda dos anos 60, mas ainda continua presente em muitas militantes. Mais do que a busca de igualdade entre os sexos esse movimento traz a legitimidade de um grupo que estuda e reconhece problemas graves na constituição de nossa sociedade. Ser feminista ou não é uma questão de escolha, mas a luta pela igualdade dos sexos precisa ser a luta de todos que buscam uma sociedade mais avançada e cada vez mais desenvolvida.      
            Diferenças? Sim, elas existem. Estão para além da questão física, mas elas se completam na estrutura social. Usar as diferenças entre homens e mulheres para exercer uma dominação não é justificável, afinal nenhuma característica pode ser considerada melhor ou pior, quando cada uma tem sua importância. É chegada a hora da mulher ocupar ainda mais seu espaço de direito após toda uma história de exclusão no segundo plano.
            Em 2011 a Pastoral da Juventude abraça o protagonismo feminino como bandeira do Dia Nacional da Juventude. Uma bandeira que não é das mulheres, mas de todos. Cristandade se faz com igualdade, respeito, tolerância. Somos seguidores do Cristo que elevou a adúltera na condição de ser humano diante da rígida moral judaica. Somos seguidores do Cristo que se apresenta a Madalena, a primeira a ver o Senhor ressuscitado. Somos seguidores de um Cristo nascido no seio de uma cultura extremamente machista, mas que jamais subjugou a mulher a uma condição inferior. Somos do Cristo que abraçou a todos.
A força feminina representada em símbolos
            Chega de piadas machistas, condições excludentes, violência doméstica e violência psicológica. As mulheres buscam cada vez mais seu lugar de direito na sociedade e é a hora de entender ainda mais isso. O caminho é longo, mas a retórica pode ajudar. Vamos todos nos abraçar e cantar felizes a força feminina que hoje se orgulha de ter uma presidente do alto da república mostrando que sexo não é critério para nada. Viva a juventude! Viva as mulheres! Viva Cristo!
            E que venha o DNJ 2011 e um grito profético de igualdade sexual.

Um comentário:

  1. Vinicius
    Que bacana!
    Voce nos lembrar a importancia da mulher na história.
    com carinho MOnica

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