31 de dezembro de 2011

Uma última impressão de 2011

Faltando poucas horas para o fim de 2011 eis que do canto mais inesperado desse mundo de Deus surge uma voz que certamente me tocou com muita força. O dono das poucas palavras era humilde, negro, falava com muita propriedade de seu pensamento e provavelmente sequer conhece o alfabeto. No auge de suas vestes simples, boné surrado e anos de experiência, ele deixou aquilo que creio ser uma mensagem de sabedoria. É ela que escolhi para finalizar o ano no blog, porque nela tem uma carga intensa de cristianismo. Mora na palavra humilde um pouco de ensinamento de Jesus. E isso é, sem dúvidas, maravilhoso.

"O grande problema hoje das pessoas é que todos dizem: 'eu posso, eu fiz, eu sei fazer'. Aí vem uma tempestade, uma chuva forte e todo mundo vê que não pode fazer é nada. Ninguém manda nesse mundo, ninguém tem poder de mandar em nada, o único que manda nesse mundo e Deus e seu filho Jesus Cristo! As coisas estão desse jeito é por culpa do homem".
Foram palavras simples. Não havia nelas nada de extraordinário talvez. Ele não usou expressões acadêmicas e nem se referiu aos velhos filósofos a que todos remontam. Mas esse homem não leu grandes livros, não frequentou universidades e talvez nem seja adepto da televisão. Ele falou como um homem que conhece. Que traz nas mãos os calos de trabalhar com a terra. Que respira a natureza e sabe que sua ira vem da ação desrespeitosa do homem para com ela.

Ele sabe que ninguém faz nada sozinho, que a união é o que move ou deveria mover o homem. Por fim, ainda fez uma profissão de fé. Acredita num Deus que talvez nunca o tenha concedido riquezas, luxo ou conhecimento. Mas um Deus que lhe deu sabedoria na vida sofrida, que ele soube reconhecer até agora na sua velhice, porque amou de fato as coisas simples na vida.
Não haveria melhor mensagem para o fim de 2011 e início de 2012. Foi esse homem que não conheço, nunca havia visto e talvez nunca mais verei que proclamou palavras que nenhum acadêmico conseguiria fazer com tanta profundidade.

Cada vez mais estou certo de que a beleza da vida está nas margens, onde se encontram tesouros quase invisíveis.

Que venha 2012...


Vinícius Borges Gomes

27 de dezembro de 2011

Nas trilhas do amor

É estranho como em fim de ano a força de palavras como amor, paz e família crescem em uso. Geralmente se fazem ausente em momentos fundamentais. Mas o natal é como um ritual obrigatório de ode aos bons costumes. É o dia reservado para garantir que haja um mínimo de respeito e o ano todo não seja perdido.

Vende-se amor. São corações, cartões, palavras belas, caros presentes. O capital vende a ideia de amor. Porém, durante o ano financia a desigualdade, a fome, a dor de muitas famílias e a cobiça. A fome de ganhar dinheiro derruba qualquer caminho de amor. Mas amor vende também, especialmente o falso amor... Sim! A vida é cheia de contradições.


O ano de 2011 terminou. O século XXI já completou mais de uma década. Há quem diga que 2012 será o fim do mundo. Outros anunciam desastres. A maioria sorri feliz banhada de champanhe. O que todos chamam de "ano novo" certamente se mostrará pouco diferente do que passou. Dificilmente não haverão tragédias de enchente. Certamente muitas mortes ocorrerão na violência cotidiana e muitos vão morrer de fome. O ano é novo, mas as ideias e práticas são velhas.


Tudo que se diz é muito clichê. Mas o clichê pode revolucionar a vida. O grande homem que há 2000 anos deu exemplo de amor consegue até hoje transformar o mundo com seu ensinamento. Dividiu a história, plantou ideias firmes de amor, solidariedade, companheirismo e vida. Traz consigo inúmeros discípulos que transformam suas realidades com exemplos do mais clichê e simples: o amor.

Que em 2012 todos possam trilhar as trilhas do amor. Perdoem, sorriam, respirem fundo. A vida é curta e tudo acaba em despedida. Ou então num "até logo" para além da cortina da morte. Morte que leva à vida nesse mundo de contradições...


Amém!Axé!Awerê!Aleluia!


Vinícius Borges Gomes