31 de maio de 2010

Os três jovens na esquina

FATO VERÍDICO

Estava eu Sábado, por volta de uma e meia da madrugada, caminhando para voltar a minha casa. De repente, em uma esquina um tanto escura debaixo de uma árvore, avistei três rapazes assentados no chão com pequenos sinais de luz que eram a ponta de seus cigarros.
Antes de continuar o fato, vamos refletir o que o senso comum (me incluindo) pensaria ao ver isso: três jovens fumando em um local escondido em horário muito avançado vira sinônimo de drogados e gera medo. Sim, medo! Todos ao vemos determinados jovens de comportamentos diferenciados ou pelas roupas que usam já os rotulamos como marginais. Virou uma espécie de estereótipo.
Tal pensamento tem fundamento: a violência e o uso de drogas é crescente, e o medo é natural. Porém, ISSO NÃO DEVE ACONTECER, porque rotular seres humanos é indigno. Não saberemos jamais quem é um ser humano pela roupa que ele veste, por exemplo.
E eu digo isso porque por vezes tive esse pensamento, errôneo é verdade, mas o tive, e talvez ainda tenha em alguns casos, como todos nós. Criei em minha mente um paradigma do que é um jovem marginal e inconscientemente o excluí de qualquer possibilidade de aproximação. Mas meu pensamento começou a mudar nesse sábado, no fato que comecei a contar e que retomo agora sua narração.
Ao ver os três rapazes meu pensamento foi de medo. Seus bonés de abas retas, capuzes, os cigarros, tudo ali remetia a jovens que estavam usando drogas e, portanto, eram perigosos.
Meu medo aumentou ainda mais quando um deles me perguntou o horário. Eu com certa calma o respondi. Ele agradeceu e em seguida disse meu nome. Eu me assustei e perguntei se ele me conhecia e que eu não conseguia o ver para reconhecê-lo. Ele não me disse quem era, somente disse que conhece todo mundo. Eu despedi dele de maneira bem mais tranquila e segui em frente.
Bom, ali todos meus paradigmas caíram. Uma pessoa que era perigosa para mim me passou uma gentileza grande nas suas palavras.
Ela era sim um usuário, o cigarro e sua voz não me deixa mentir, mas ele continuava um ser humano. E eu consegui percebê-lo como tal.
Ver pessoas assim e simplesmente desviar delas é algo natural. Mas quando percebemos que ela é como nós, tudo muda.
Posso não ser a favor do que ele e seus outros dois amigos estavam fazendo, e não o sou mesmo. Mas sou a favor de dialogar, conviver e amar a juventude. E é essa juventude que devemos abraçar. Uma juventude que caminha errado e é oprimida pelo pensamento social e pelos seus próprios vícios.
Talvez meu medo não acabe totalmente, mas hoje sei que muitos que usam drogas são boas pessoas. Aliás, até mesmo os criminosos, pois sei que por trás de qualquer delito que exista, habita um Deus que precisa ser reconhecido.
E acho que foi esse Deus mesmo que falou através daquele jovem e me perguntou as horas, para que eu refletisse, mudasse e viesse no blog contar para nunca mais esquecer...

SAUDAÇÕES PEJOTEIRAS!

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