31 de dezembro de 2011

Uma última impressão de 2011

Faltando poucas horas para o fim de 2011 eis que do canto mais inesperado desse mundo de Deus surge uma voz que certamente me tocou com muita força. O dono das poucas palavras era humilde, negro, falava com muita propriedade de seu pensamento e provavelmente sequer conhece o alfabeto. No auge de suas vestes simples, boné surrado e anos de experiência, ele deixou aquilo que creio ser uma mensagem de sabedoria. É ela que escolhi para finalizar o ano no blog, porque nela tem uma carga intensa de cristianismo. Mora na palavra humilde um pouco de ensinamento de Jesus. E isso é, sem dúvidas, maravilhoso.

"O grande problema hoje das pessoas é que todos dizem: 'eu posso, eu fiz, eu sei fazer'. Aí vem uma tempestade, uma chuva forte e todo mundo vê que não pode fazer é nada. Ninguém manda nesse mundo, ninguém tem poder de mandar em nada, o único que manda nesse mundo e Deus e seu filho Jesus Cristo! As coisas estão desse jeito é por culpa do homem".
Foram palavras simples. Não havia nelas nada de extraordinário talvez. Ele não usou expressões acadêmicas e nem se referiu aos velhos filósofos a que todos remontam. Mas esse homem não leu grandes livros, não frequentou universidades e talvez nem seja adepto da televisão. Ele falou como um homem que conhece. Que traz nas mãos os calos de trabalhar com a terra. Que respira a natureza e sabe que sua ira vem da ação desrespeitosa do homem para com ela.

Ele sabe que ninguém faz nada sozinho, que a união é o que move ou deveria mover o homem. Por fim, ainda fez uma profissão de fé. Acredita num Deus que talvez nunca o tenha concedido riquezas, luxo ou conhecimento. Mas um Deus que lhe deu sabedoria na vida sofrida, que ele soube reconhecer até agora na sua velhice, porque amou de fato as coisas simples na vida.
Não haveria melhor mensagem para o fim de 2011 e início de 2012. Foi esse homem que não conheço, nunca havia visto e talvez nunca mais verei que proclamou palavras que nenhum acadêmico conseguiria fazer com tanta profundidade.

Cada vez mais estou certo de que a beleza da vida está nas margens, onde se encontram tesouros quase invisíveis.

Que venha 2012...


Vinícius Borges Gomes

27 de dezembro de 2011

Nas trilhas do amor

É estranho como em fim de ano a força de palavras como amor, paz e família crescem em uso. Geralmente se fazem ausente em momentos fundamentais. Mas o natal é como um ritual obrigatório de ode aos bons costumes. É o dia reservado para garantir que haja um mínimo de respeito e o ano todo não seja perdido.

Vende-se amor. São corações, cartões, palavras belas, caros presentes. O capital vende a ideia de amor. Porém, durante o ano financia a desigualdade, a fome, a dor de muitas famílias e a cobiça. A fome de ganhar dinheiro derruba qualquer caminho de amor. Mas amor vende também, especialmente o falso amor... Sim! A vida é cheia de contradições.


O ano de 2011 terminou. O século XXI já completou mais de uma década. Há quem diga que 2012 será o fim do mundo. Outros anunciam desastres. A maioria sorri feliz banhada de champanhe. O que todos chamam de "ano novo" certamente se mostrará pouco diferente do que passou. Dificilmente não haverão tragédias de enchente. Certamente muitas mortes ocorrerão na violência cotidiana e muitos vão morrer de fome. O ano é novo, mas as ideias e práticas são velhas.


Tudo que se diz é muito clichê. Mas o clichê pode revolucionar a vida. O grande homem que há 2000 anos deu exemplo de amor consegue até hoje transformar o mundo com seu ensinamento. Dividiu a história, plantou ideias firmes de amor, solidariedade, companheirismo e vida. Traz consigo inúmeros discípulos que transformam suas realidades com exemplos do mais clichê e simples: o amor.

Que em 2012 todos possam trilhar as trilhas do amor. Perdoem, sorriam, respirem fundo. A vida é curta e tudo acaba em despedida. Ou então num "até logo" para além da cortina da morte. Morte que leva à vida nesse mundo de contradições...


Amém!Axé!Awerê!Aleluia!


Vinícius Borges Gomes

8 de novembro de 2011

A USP e os reflexos de uma Sociedade de desafios


Confronto: sinal da ausência de diálogo
          A questão da USP é séria, muito séria. Há quem defende a presença de policiais em uma universidade. Os manifestantes defendem a saída da polícia. Consideram-na um obstáculo para a livre manifestação política no espaço acadêmico. Um embate entre os considerados subversivos e aqueles que se colocam como defensores da ordem.
            Os defensores da ordem se esquecem que a polícia não representa necessariamente ordem. Sua presença não significa necessariamente segurança. Não cabe a quem quer que seja generalizar, até porque a polícia merece o respeito da sociedade em muitos casos. Porém, o Estado que quer se fazer presente com sua força armada numa universidade se ausenta em inúmeros casos de sua obrigatória função.
            Onde está a polícia quando acontecem os arrastões nos grandes centros? Onde está a polícia quando entram indiscriminadamente as drogas nas fronteiras? Onde está o Estado que não garante segurança na maioria das favelas brasileiras? Onde está a polícia nos bairros, ruas e becos de nossas cidades? Certamente o Estado se ausenta na maioria dos casos... Por que então marcar presença na USP?
            Segurança numa universidade deve ser ação conjunta. Não basta colocar policias ali. Especialmente num espaço onde devem ser discutidos caminhos de consenso, de diálogo e de construção social através da academia. O Estado foi sim imediatista e irresponsável reduzindo a questão a seu patrulhamento especial.     
            Aí veio o caso da maconha. Certamente quem estuda numa universidade pública deveria no mínimo respeitar a sociedade pela qual ela adentra aquele prédio público, ponto. Porém, não pode ser saudável que três maconheiros paguem um preço que milhares de espúrios traficantes jamais pagarão num país onde a droga rola solta. Maconheiro para burguês é marginal. Mas marginal de verdade não é cassado, não é humilhado, não apanha e nem é incomodado.
            Enquanto os cigarrinhos naturebas da maconha são presos na USP e geram um desconforto social, muitos jovens morrem nas mãos da desastrosa política liberal que exclui, desordena e deixa a grande maioria dos cidadãos as margens da sociedade.
            O que defendo aqui não são estudantes, nem polícia e nem Estado. Apenas defendo um verdadeiro DIÁLOGO. Repudio depredação pública, bem como a violência contra estudantes que, por mais controvérsias que haja, não são bandidos frente a uma sociedade que conhecemos bem. Deve haver diálogo entre estudantes, professores, técnicos, reitor, sociedade e governo. Polícia por si só não resolve nada. Apenas marca um triste dejavú de um tempo em que tudo era resolvido na repressão.
            Quando tudo se calar, o mundo abaixar a cabeça e estabelecermos uma paz armada na sociedade será tarde demais. Parabéns aos bravos alunos que resistem diante de suas opiniões. A liberdade de expressão deve ser uma prerrogativa de todos os centros. Liberdade que se faz com debate e não com força bruta.
            E para aqueles que se indignaram com a maconha eu lembro: há centenas de cracolândias pelos Brasil sem o devido olhar do Estado. E mesmo eu, que sou contra qualquer droga, tenho que reconhecer: enquanto houver essa incoerência política desse perverso sistema não defenderei atos violentos contra três alunos quando se têm milhões morrendo sem educação, sem instrução, sem amparo e, muito menos, sem universidade...

20 de outubro de 2011

DNJ 2011 - TOH GARRADO!

Vem aí o maior evento da Pastoral da Juventude: o Dia Nacional da Juventude 2011. Em sua vigésima sexta edição nacional o evento marca a celebração máxima dos jovens católicos construtores de uma caminhada de fé na história.
Uma caminhada de fé na história significa abraçar as causas de nosso mundo. Nosso fazer missionário é nesse chão que pisamos e não numa dimensão idealizada. O processo de fé, crescimento espiritual e construção do Reino de Deus passa pelos gritos proféticos em favor da humanidade.
Em 2011 os jovens abraçam como tema a mulher. Não se trata de favorecer uma classe, tampouco de fazer um discurso moral. É o momento de refletir o porquê das mulheres sofrerem as discriminações que ainda sofrem e em onde nascem os processos de domínio. No Reino de Deus não deve haver diferença de direitos entre homens e mulheres. Vamos erguer nossos olhos para uma sociedade construída em igualdade de direitos, onde as mulheres já assumem sua postura de protagonismo.


NOS VEMOS TODOS EM ITAGUARA DIA 30 DE OUTUBRO AS 8H DA MANHÃ NA PRAÇA DA MATRIZ!!!

TOH GARRADO!

21 de setembro de 2011

A voz de Dilma no palco da ONU

Dilma se tornou a primeira mulher a abrir a assembleia geral da ONU
O histórico dia 21 de Setembro de 2011 ficará para sempre marcado como aquele em que a Assembleia Geral das Nações Unidas foi aberta pela primeira vez com um disurso feminino. A "voz da democracia", como ela mesma defne é de Dilma Rousseff, a primeira mulher a presidir o Brasil e líder num momento importante que vive o mundo.
Não é a figura de Dilma o motivo que orgulha aos brasileiros nesse firme e seguro discurso. O que enche os brios de orgulho patriótico é a forma como ela representou os interesses do Brasil e da humanidade. Dilma, embora cercada no Brasil do que há de pior na política brasileira em sua heterogênea base aliada mostra sopros de lucidez política num momento tão sério que vive o planeta. Isso fica claro quando ela destaca a necessidade da união de todas as nações para enfrentar a crise econômica.
Dilma critica o desemprego e diz que o melhor caminho para o desenvolvimento é o combate a pobreza. Embora distante do discurso esquerdista que a levou ao cárcere no período militar, Dilma mostra peito ao contestar a política neoliberal predominante na maior parte das democracias ocidentais que, embora recorra ao Estado em momentos de crise, continua priorizando uma robustez econômica que retire da área social os recursos indispensáveis a população. Economia liberal que decapita empregos nos momentos de crise e contém o capital, inchado e gigante, nas mãos sólidas e concretas de magnatas do capitalismo.
A força da mulher em seu discurso foi largamente mostrada. Longe de ser feminista, foi autêntico e sóbrio. "Além do meu querido Brasil, sinto-me aqui hoje representando todas as mulheres do mundo: aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego e na vida familiar; aquelas que ousaram e conquistaram espaço de poder que me permite hoje estar aqui".
O que se percebe na política de Dilma é uma autenticidade e um posicionamento mais firme. Diferente do político Lula que sabia ter jogo de cintura em discussões sérias, a presidenta Dilma possui um discurso mais rígido, sério e destemido. Há quem diga que isso a atrapalhe adiante, mas há fortes indícios de que é chegada a hora do Brasil mostrar mais firmeza em suas posições e assumir, de fato, papel de líder global que o credencie a ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Dilma não faz uma política intransigente, mas tem valores bem definidos e opiniões coesas. "Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores de direitos humanos, da democracia", revela Dilma mostrando não abrir mão dos direitos humanos.
Longe de ser cordial ao presidente Barack Obama, Dilma fez questão de mostrar independência ao pedir cadeira na ONU para a Palestina. "Assim como a maioria dos países desta assembleia, acreditamos que chega ao momento de termos a Palestina aqui representada.". A fala arrancou aplausos da plateia e certamente contrariou Obama, que já deve perceber que dificilmente os EUA arbitrarão o mundo com tanta exclusividade.
Que Dilma continue mostrando ao mundo que a política dos países desenvolvidos é nociva e perigosa. Que ela seja precursora de um mundo que abra cada vez mais espaço as mulheres e a seus direitos. Que Dilma não seja corrompida pela velha política brasileira de troca de favores e mantenha, ainda que timidamente, uma postura política séria e destemida.
Parabéns Dilma Rousseff. Parabéns mulher. Parabéns Brasil. Hoje todos merecem...

8 de setembro de 2011

A Hora e a vez da mulher



           O percurso da história revelou faces de muitas mulheres consideradas ícones e exemplos de luta, força e conquistas. Não é difícil listar a grandeza de Olga Benário, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Madre Teresa de Calcutá, Maria mãe de Jesus e tantas outras. É fato também que o reconhecimento ao caminho de luta e resistência das mulheres fica, por vezes, escondido em uma cultura machista e patriarcal.
            Rememorar mulheres que se tornaram ícones é importante, mas pode ser um exercício perigoso. O grande esforço que o século XXI pede é o de valorizar a mulher em sua integridade. Desde aquela dona de casa que ainda sofre as marcas da dominação até aquelas que lutam por um lugar digno no mercado de emprego. Força-nos a lembrar das guerreiras que sofrem agressões e se calam por amor aos filhos e a família. Faz-nos lembrar ainda daquelas que do alto de sua importância lutam para mostrar que não existe sexo frágil e sim que todos são iguais e podem exercer as mais diferentes funções.
Cartaz oficial do DNJ 2011
            A mulher foi vítima de dominação em toda a história. Diversas sociedades e culturas desenvolveram sistemas sociais patriarcais, colocando a mulher em posição inferior ao homem. Ela quase nunca teve poder de decisão, vide as recentes datas em que o voto feminino foi liberado. No caso do Brasil essa dominação é muito bem delineada na obra do sociólogo Gilberto Freyre, que analisa a postura sempre dominante do homem sobre a mulher e em como ela irá desenvolver métodos de resistência e sobrevivência a essa dominação. A violência sempre foi presente, seja a física, a emocional e a sexual.
            O movimento feminista nasce ainda no século XIX e tem um grande auge na onda dos anos 60, mas ainda continua presente em muitas militantes. Mais do que a busca de igualdade entre os sexos esse movimento traz a legitimidade de um grupo que estuda e reconhece problemas graves na constituição de nossa sociedade. Ser feminista ou não é uma questão de escolha, mas a luta pela igualdade dos sexos precisa ser a luta de todos que buscam uma sociedade mais avançada e cada vez mais desenvolvida.      
            Diferenças? Sim, elas existem. Estão para além da questão física, mas elas se completam na estrutura social. Usar as diferenças entre homens e mulheres para exercer uma dominação não é justificável, afinal nenhuma característica pode ser considerada melhor ou pior, quando cada uma tem sua importância. É chegada a hora da mulher ocupar ainda mais seu espaço de direito após toda uma história de exclusão no segundo plano.
            Em 2011 a Pastoral da Juventude abraça o protagonismo feminino como bandeira do Dia Nacional da Juventude. Uma bandeira que não é das mulheres, mas de todos. Cristandade se faz com igualdade, respeito, tolerância. Somos seguidores do Cristo que elevou a adúltera na condição de ser humano diante da rígida moral judaica. Somos seguidores do Cristo que se apresenta a Madalena, a primeira a ver o Senhor ressuscitado. Somos seguidores de um Cristo nascido no seio de uma cultura extremamente machista, mas que jamais subjugou a mulher a uma condição inferior. Somos do Cristo que abraçou a todos.
A força feminina representada em símbolos
            Chega de piadas machistas, condições excludentes, violência doméstica e violência psicológica. As mulheres buscam cada vez mais seu lugar de direito na sociedade e é a hora de entender ainda mais isso. O caminho é longo, mas a retórica pode ajudar. Vamos todos nos abraçar e cantar felizes a força feminina que hoje se orgulha de ter uma presidente do alto da república mostrando que sexo não é critério para nada. Viva a juventude! Viva as mulheres! Viva Cristo!
            E que venha o DNJ 2011 e um grito profético de igualdade sexual.

27 de junho de 2011

Abraço


Todo dia a rotina vem até nós sem pedir licença e nos acorrenta. Ficamos presos a hábitos, compromissos, obrigações e números. Como é de se odiar os números!
Olhar a hora a todo momento cansa tanto quanto calcular os preços das contas e o dinheiro da carteira. Somar, subtrair, dividir, equacionar códigos que ditam nossa vida a todo instante.
Seria ótimo um dia sem se preocupar com a hora, com o dinheiro, com os números, com as senhas, com os códigos, com os incontáveis algarismos que dizem quem somos. Somos reduzidos a números, infelizmente.
Nesse dia a dia louco em que sons poluem nossos desgastados ouvidos, nosso pulmão recebe doses violentas de carbono e assistimos a um vai e vem frenético de pessoas desconhecidas.
Nos envolvemos tanto no ritmo desse mundo cada dia mais louco que esquecemo-nos dentro de nós mesmos.
Mas é preciso resgatar esse ser perdido. Resgatá-lo onde o tortuoso caminho da burocracia impede o homem de chegar: o coração.
Como está difícil ouvir o coração. Sequer a razão ouvimos. Somos adestrados para agir segundo a correnteza.
Diante de tudo isso é que surge um elemento fundamental nesse jogo inigualável de brincar de ser gente: o abraço.
Como é bom abraçar. É impressionante como um bom abraço desafoga você de si mesmo e lhe traz conforto. É impressionante como a sutileza desse gesto desbrava muros impenetráveis.
Chamam de utopia, alienação, bobagem. Abraço para mim é outra coisa. Abraço para mim é gesto de humanidade. É demonstração de afeto num mundo de desafetos e razões. É teoria que não se explica, mas que responde.
Abraço aperta, abraço afaga, abraço esquenta. Abraço de quem amamos nos faz mais felizes, nos revigora.
Abraço é mais que contato físico. É também símbolo de carinho. É sentido figurado e sentido do tato.
Abraço é gesto que faz você perceber que tudo pode ser sem sentido até que alguém abra os braços em sua direção e, aí, a vida passa a valer a pena...
Abrace, seja mais feliz.

9 de maio de 2011

Pitacos

- Mataram o Osama. Sim, mataram! E quem ordenou? O Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama. Dizem que foi justiça. O que é a justiça? É a força arrogante do país mais rico do mundo? Justiça é matar quem matou? Desse jeito vamos nos matar uns aos outros e não sobrará ninguém... Mundo de contradição...

- Lá em Passa Tempo está para ser aprovado o Conselho Municipal de Juventude! Vamos falar mais desse grande passo de cidadania. Mais cidades precisam fazer os seus. Vamos começar a dar de cima de nossos vereadores. Pena que tem tanta gente fraquinha nessa câmaras...

- Tem político por aí com carteira vencida, bafômetro negado, porém, muita pose. Aliás, de pose sobrevivem a maioria dos políticos. Tem político endeusado. Mas como é bom saber que eles são humanos! Ufa! E eles erram viu gente? Pena que se esquecem de falar...

- Beatificaram o João Paulo II. Foi um grande papa, amou a Deus e fez um gesto magnífico: perdoou o homem que atirou nele. Digno de um verdadeiro Cristão. Esse sim foi seu maior milagre. Não precisa de mais nenhum...

- A PJ de Oliveira comprou um datashow. É a modernidade usada a serviço da evangelização. Mas é preciso mais e todos sabem disso. Mais coisas boas estão por vir...

- No futebol o Cruzeiro éstá patinando. Zebras a solta. Mas o que mais me chateia é a violência nos estádios. As semifinais do Paulista foram tristes. Onde está a racionalidade minha gente? Não birguem por times, por favor...

24 de abril de 2011

Cordeiro Pastor, Pastor Cordeiro

Especial Semana Santa - Páscoa


Um Cordeiro caminha sobre a grama verde

Vem retumbante com um brilho matinal

É o sol que o reveste de uma luz gloriosa.

Entre passos lentos ele parece sorrir...

É cordeiro, mas parece gente

Parece gente, mas parece mais que gente.

É cordeiro, mas parece pastor.

Pastor cordeiro que caminha a passos leves

Cordeiro pastor chagado...

Foi abatido, porém levantado.

Quem será esse cordeiro?

Leva uma cruz entre suas patas

Cruz vitoriosa, altar de sacrifíco!

Cordeiro Pastor que se sacrificou por seu rebanho

Pastor que se fez cordeiro e fez da servidão o seu ofício.

Cordeiro das nações...

Ele vem e não pára

Parece chamar, convidar.

Dá vontade de seguir o Pastor Cordeiro

Imolado, mas ressuscitado.

Vida renovada, fé restaurada

Páscoa completa.

Quero ser do rebanho desse Cordeiro Santo

Imolado para a vida

Sacrificado para a plenitude.

Quero ser do cordeiro

Discípulo

Profeta

Seguidor

Mensageiro

Servidor

Do Pastor

Que também é cordeiro...



Uma Feliz e Santa Páscoa



VINÍCIUS BORGES GOMES

18 de abril de 2011

Eis o Homem!




Especial Semana Santa


Começa a Semana Santa. É hora de apresentar o rosto melancólico de um Jesus derrotado sob uma pesada cruz. Hora de lágrimas escorrerem ao se lembrarem do caráter doloroso das reflexões acerca da Paixão de Jesus.
Chegou o tempo de se chorar a morte de Cristo, explorar seu sofrimento e reconhecer que somos a causa de tudo isso. É hora também de queimar Judas, criticar os fariseus, se horrorizar com Pilatos. Afinal, toda história precisa de vilões.

É tempo de celebrar, sobretudo, a vida pela ressurreição. Pena que tanto ovo de Páscoa ofusque o sentido central de um mistério tão intenso.

Que nessa Semana comecemos nossa reflexão voltando nossos olhos para a realidade. Deixemos de lado a hipocrisia. Que aprendamos a carregar cruzes com coragem ao invés de assumirmos os chicotes da tortura que hoje se materializam em línguas más. Línguas que chicoteiam as costas do irmão com causas devastadoras.

Vamos deixar de ser Pilatos. Vamos parar se ser covardes e lavar as mãos diante de injustiças. Pilatos lavou suas mãos para não se responsabilizar pela morte de Jesus. Quantas vezes nós também não lavamos nossas mãos? Preferimos nos esquivar do debate e dizer que não gostamos de política, lavamos nossas mãos. E aí corruptos são eleitos, opressão aumenta e nossa democracia se desgasta. Somos torturados por um sistema cada vez mais cruel e, simplesmente, lavamos as mãos.

Vamos deixar de lavar as mãos pela dor do outro. Deixemos de lado a filosofia individualista. Não sejamos covardes de não olhar para a desigualdade, a pobreza e a fome!

Não lave suas mãos. Pois quanto mais se lava, mais sangue a suja.

Soframos com Cristo, mas ressuscitemos com ele. O caminho que se abre é o da esperança.

Que a imagem da cruz seja para nós sinal da vitória e não da derrota. A vida venceu e o Reino precisa acontecer.

Que esta seja uma Semana de transformação para além de uma memória, mas que seja de profunda vivência.


Jesus está conosco. Vivo.

12 de abril de 2011

Um ano do blog


Dia 9 de Abril completamos um ano com nosso blog "O Pejoteiro".
Valeu muito a pena. A ideia de estar atuante na PJ por mais uma forma funcionou.
O blog cresceu e com ele as pessoas que aderiram a sua proposta. Muitos me ajudaram a fazer desse blog um meio importante de comunicação.
Agradeço a PJ de Oliveira pelo apoio, divulgação, participação. Fico grato também aos colaboradores e a todos que deram sua OPINIÃO FUNDAMENTAL em cada postagem. São essas pessoas que fazem o blog não ser voltado a si só, mas ir além, comunicar de verdade ao ter várias vozes em seu conteúdo.
Obrigado aos seguidores e a todos que acessam, contribuem e me dão força nesse projeto pessoal para o público e que cada vez mais é menos pessoal, o que é ótimo.
Que venham muitos anos e que o blog cumpra um papel de, no mínimo, mexer com a cabeça e o coração de quem o lê.

SAUDAÇÕES PEJOTEIRAS!

5 de abril de 2011

A verdadeira cruz

Vinícius B. Gomes

Era noite. Uma procissão vestida de tradição da mais original desfilava em São João Del-Rei. A figura principal estava no alto, erguida por homens que carregam, literalmente nos ombros, a tradição familiar do preceito religioso. A intrigante imagem de Nosso Senhor dos Passos e sua cruz era conduzida para o encontro com outra imagem com aspecto doloroso semelhante: Nossa Senhora.
Estandartes, cruzes, turíbulos, velas e tochas. Tudo isso complementando a imagem pesada de uma tradição religiosa de solene rito. Entre cantos em latim e orquestras que emitiam sons melancólicos a imagem parava nos chamados "passinhos". Cada um desses parecido com uma pequena capela anexada a casas históricas.
A dor era o foco. Não havia espaço para rir. Havia espaço para rezar, cantar, organizar o cortejo ou documentar, como eu fazia.
Os olhares eram inevitavelmente voltados para as figuras de dor bem delineadas em imagens fortes. O olhar de dor de Jesus e sua mãe foram expressos em esculturas que remetem a um sofrimento sem igual.
Mas para quem quer basta olhar ao lado. Olhar para um outro possível que remete ao foco inicial e o questiona. Olhar pro lado pode fazer-nos olhar com consciência para frente. É preciso olhar tudo.
Eis que ao meu lado vejo uma pessoa intrigante: não vestia terno, nem túnica preta ou roxa, nem paramento clerical, tampouco uma roupa nova e bonita. Sim, ele era diferente de todos que seguiam aquela procissão.
Talvez fosse parecido só com a imagem. Usava um manto. Talvez o único que tivesse para se aquecer. Era pobre. Sua cruz era um cajado que segurava. Não saberia dizer se ela sofria. Mas dá para sofrer só de colocar-se em sua pele. Era ele o único diferente que mais se assemelhava aquela procissão.
Assim como Jesus ele era o rejeitado ali. Assim como Jesus ele carregava uma cruz: a de ser execrado da sociedade.
Ele não pediu esmolas, mas olhava com um olhar profundo aquilo que passava a frente dele. Se benzeu escorado na parede como se fosse espremido pelo cortejo.
Mal sabia ele que o homem representado naquela imagem veio para ele e por ele. Talvez ele não soubesse que era mais bem-aventurado que todos os outros que caminhavam ali. Mal sabia ele que a nobreza de seu cobertor era maior do que as luxuosas capas dos cléricos cheios de pompa.
Foi vendo o mendigo observador que vi que é preciso descer os olhos das imagens para nossa realidade. Afinal, é nela, nos olhos do irmão, que está Jesus sofrendo com as cruzes de nossos dias.
Que Deus nos ilumine e nos guie para enxergar para além de nossa limitada visão.
Nos faça menores e mais sensíveis do que maiores com falsas impressões.
Jesus já desceu do andor naquela rua.
Aliás, ele nunca subiu.

31 de março de 2011

O sonho se fez realidade...

Há 4 anos atrás começava em Santo Antônio do Amparo o grupo de jovens da PJ DDA ( Discípulos de Deus em Ação). Um sonho que teve muito luta para se manter vivo. Mas ele continua pulsando com toda sua força...

Parabéns ao grupo que um dia ajudei a fundar e já coordenei pela realização do "IV Encontrão DDA" ocorrido nos dias 26 e 27 de Março. Amo esse grupo e continuo firme nele participando e lutando pelas causas que abraça. Um grande abraço aos coordenadores e assessores que hoje mantém esse sonho vivo.

Foram mais de 80 jovens, o recorde de participação até hoje. Esperamos que muitos frutos desse momento evangelizador nasçam.

Mias informações do encontro vocês encontram no site: www.pjdeoliveira.com


Celebração foi ponto alto do encontro

SAUDAÇÕES PEJOTEIRAS!

2 de março de 2011

O que seria do mundo sem os jovens?




O que seria do mundo sem os jovens? Certamente seria bem mais chato, muito mais monótono. Um mundo sem jovens seria o caos. Imaginem o choque do lúdico das crianças com a sisudez dos adultos? Quem faria o meio-campo? É, não daria certo...
Um mundo sem jovens não teria rebeldia. As crianças chegariam na fase adulta sem passar pela fase do questionamento e se tornariam mais facilmente manipuláveis. Sem a juventude os bailes terminariam mais cedo, teriam menos barulho e menos arruaças aconteceriam. Mas não seria possível se deliciar com a liberdade que só eles conseguem flertar.
Sem jovens não haveria mais em que por a culpa de tudo e, talvez, perceberiam que no fundo ela não tem culpa de nada. A falta da juventude implicaria menos criatividade, afinal a sentença para ser adulto é matar os neurônios criativos. Sem jovens o mundo ganharia mais preto e branco e perderia mais as cores vivas. Faltaria a quem chingar, a quem reclamar, a quem desprezar. Sim, porque desprezo no fundo é uma forma de reconhecimento. Experimente ter a ausência de algo que você despreza, aí você verá que ela te faz alguma falta.
Sem jovens não haveria a quem vender tanta coisa inútil e também não teria quem as criticasse. Sem juventude perde-se o contrário, a dicotomia, a confusão. E quer mundo mais confuso do que aquele em que tudo é certinho?
Sem jovens o mundo teria menos charme, menos alegria. Sem juventude, sobraria mais velhice, mais retrocesso, mais de tudo que já é muito ruim.
O jovem, embora faça parte desse todo preocupante, é uma peça de esperança. É na sua passagem que se pode conquistar uma visão nova que contradiga um sistema cada vez mais forte. Mesmo que muitos jovens mantenham a sociedade cada vez mais alienada, sem eles não haveria questionamento. Porque se eles fazem parte do que não muda como os outros é neles também que moram os instintos revolucionários.
Certamente vivemos um sonho, porque sem jovens,concerteza, não dá, viraria pesadelo.

7 de fevereiro de 2011

Loucura Sagrada (Dom Helder Câmara)

"Sonhei que o Papa enlouquecia
E ele mesmo ateava fogo ao Vaticano
E à Basílica de São Pedro.
Loucura sagrada!
Porque Deus atiçava o fogo que os
Bombeiros, em vão, tentavam extinguir.
O Papa, louco, saia pelas ruas de Roma
Dizendo adeus aos embaixadores
Credenciados junto a ele
Jogando a Tiara ao tibre.
Espalhando pelos pobres, todos,
O dinheiro do banco do Vaticano.
Que vergonha para os cristãos!
Para que um Papa viva o Evangelho
Temos que imaginá-lo em plena loucura"

Do grande e saudoso DOM HELDER CÂMARA
Deus o abrace e nos abençoe.
Amém.

3 de fevereiro de 2011

Coração em chamas, sonhos aquecidos


Percorremos um caminho que trilhamos muitas vezes sem razão. Pode parecer irracional, mas quando tentamos explicar os motivos de nossos atos, e os ‘por que’s” de tudo, nos perdemos em tantas indagações que fugimos do ponto principal, esquecendo que o mundo não é estático, e que o que nos move são as perguntas, não as respostas.
Em busca pela trilha perfeita, não vivenciamos o que o coração bate forte. Não sentimos o calor da vida pulsar em nossas veias, e as lágrimas marcam os passos de um homem sem rumo, talvez um desalmado que chora de medo.

Quem passa a vida tentando ser normal, está sujeito a perder o juízo. Assim como um jardim não nasce pronto, tudo demanda tempo, paciência, e dedicação.
Será que um dia ainda vamos aprender a beleza da simplicidade?
Flor alguma tem o mesmo perfume, cor, ou magnitude. Todas elas se diferem pela sua beleza ímpar. Que tal então nos inspirarmos no pequeno ser de cabelos cor de ouro, um Pequeno Príncipe, que aprendeu a amar sua rosa? Que tal aprendermos a cativar?

Entre pensamentos alheios, imagino nossos jovens. Não gosto de ouvir que somos ‘uma juventude perdida’, sem talento, e acomodada. Prefiro pensar que ainda não estamos prontos, mas que estamos no processo. Precisamos ser cativados!
Olhemos então a vida pelo que realmente é: semente semeada para a eternidade, lembrando que a eternidade não se consegue sozinho. Ousemos caminhar em conjunto, em sonhar uma Civilização do Amor aonde todos somos respeitados por sermos apenas o que somos.
Ousemos sonhar e viver, para cativarmos cada vez mais!
Sejamos únicos, mas sempre em comunhão com o chão em que pisamos, e desejamos construir.

Por Lorena Castro

Lorena é militante da PJE (Pastoral da Juventude Estudantil) e fez parte da Coordenação Regional do Leste II da mesma no biênio 2009-2010. Atualmente é assessora do CMJ - BH (Centro Marista de Juventude) e Coordenadora Jovem do Projeto "Vem Sonhar Também - Construindo a PJE nas Escolas Públicas".

A essa amiga de caminhada e de vida nosso muito obrigado pela sábia contribuição ao blog. Que Deus guie seus passos proféticos ao sucesso de suas missões.
A paz!

18 de janeiro de 2011

ENEM: Instrumento da juventude sob ameaça


O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi reformulado para atender a uma maior demanda de alunos que queiram entrar em instituições públicas de ensino. Obteve grandes avanços, mas foi altamente prejudicado em suas duas primeiras edições por erros graves tais como o vazamento da prova, erro no gabarito e até mesmo vazamento de dados de alunos. E mais recentemente os problemas no site so SISU (Sistema de Seleção Unificada), onde se fazem as inscrições para as insituições federais.
Tais problemas servem de armas para a elite dominante que não aceita um mecanismo que democratize o acesso ao ensino. O governo, por outro lado, desrespeita os jovens e mancha um programa que poderia ser um grande trunfo para os mais excluídos.
O ministro da educação Fernando Hadad tem sido bem firme, mas os erros comprometem seu trabalho. O Ministério da Educação tem sido alvo de duras críticas e, infelizmente, muitas delas coerentes.
Os jovens que passam por esse processo devem ter calma e saber avaliar a situação. Não podemos cair numa visão maniqueísta do que é do bem e do que é do mal, mas saber encarar o que é direito e o que é desrespeito. Por mais erros fatídicos que tenham ocorrido e que, devem ser corrigidos, não podemos repetir o discurso de quem é contra o ENEM integralmente.
Sim! Afinal o velho modelo de vestibulares só favorece às elites e aos alunos que tiveram excelentes oportunidades de cursarem escolas particulares de alto nível. O ENEM é um mecanismo que democratiza e, por isso, tem sim seu valor.
O que esperamos é que esse valor seja enaltecido e realmente utilizado. O MEC precisa aperfeiçoar esse projeto e se livrar dos maus profissionais e dos corruptos por trás de seus planos. No final o único beneficiado deve ser o jovem, o aluno, o honesto, o pobre. Porque se assim for quem ganha é o Brasil com mais educação, mais oportunidade, mais igualdade e muito, mas muito mais crescimento.